Quebra nozes
Ontem foi dia de estreia teatral. Aproveito para aconselhar, a peça chama-se Punhal na Carne e está no Teatro do Campo Alegre, Porto; até dia 29 de Junho. Excepto segundas.
E se o teatro é a arte dramática por excelência, ontem homenageou-se o drama em toda a sua pujança.
Estávamos todos no átrio da entrada numa alegre cavaqueira e eu estava em modo de criança aborrecida com fome - só iamos jantar depois da peça e eram quase 22:30 - junto à meia duzia de degraus que desciam para a sala.
Esse vão de escada estava equipado com um elevador daqueles de corrimão para deficientes e eu, ali ao lado a imaginar cadeiras de rodas, e gente estropiada comecei a tentar perceber onde era o botão daquilo.
Quando o descobri, no mesmo momento em que lhe toco, a uns centimetros de mim uma pobre senhora mandou um espalhanço que se partiu toda lá em baixo. Coitada, ainda ficou uns segundos sem se mexer. Foi para o hospital viva e consciente. O resto dos presentes, nós, sofisticados e superiores mal olhámos para a cena. Afinal estávamos numa estreia de uma peça erudita, e não de uma comédia do Joaquim Monchiqe.
Portámo-nos todos de acordo.
Não fui às casas de banho, estando em Portugal acho que se usa mais o "muita merda" em vez do "break a leg". O que é certo é que correu tudo muito bem e estava tudo muito agradável.