Envelhecer com estilo
Já aqui o disse e repito que considero algo parola a preocupação em seguir modas e você, caro leitor inteligente e atento concorda comigo. Nem é preciso explicar que seguir modas é ser fraco, é baixo, é desistir de si próprio, é andar atrás da carneirada independentemente das figuras tristes que isso acarrete.
Se quiser que eu vá directo ao assunto salte para o último parágrafo, mas queria só dizer umas coisas:
Não deixo de falar com ninguém por seguir modas e até podemos ser amigos, duvido é que sejamos muito amigos. Uma pessoa que muda de gostos todos os anos é uma pessoa sem opinião, sem coluna. Nem dórica nem coríntia ou jónica, não tem onde se segurar dentro de si mesma. Falo de moda que está na gastronomia, cinema, estilos musicais ou roupa.
Não gosto mais de determinada comida por ser servida num restaurante da moda. Gosto de rancho, de massa à lavrador, cabidela e jardineira. Pratos eternamente fora de moda.
Também poderei gostar de um foie-gras com uma redução de porto, espuma de tamarilho da Noruega e cogumelos selvagens fervidos em chá do Ceilão. Mas isso são as minhas papilas que vão decidir e delas sim, eu vou atrás porque têm um gosto igual ao meu.
As tendências da moda - como diria a Jonas - suckam bué.
Há quem não saiba, mas uma coisa diferente da moda é o estilo próprio. Saber escolher o seu estilo e sentir-se bem com ele. Pode ter sido moda há 50, 20, 5 anos. Pode até ser moda agora ou pode nunca o ter sido nem vir a ser. Pode ser uma mistura de modas e até isso já foi moda. Quando alguém se identifica realmente com o que usa, com o que consome ou até com a marca de telemóvel que compra, o facto de ser ou não moda é secundário.
E quando se atinge uma certa idade, deixa-se de ter estilo? Não, de todo.