Amigo da onça
É tão doloroso quando sabemos por outros que um amigo está a preparar uma festa e não fomos convidados. :(
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É tão doloroso quando sabemos por outros que um amigo está a preparar uma festa e não fomos convidados. :(
É lendário o meu apreço por francesinhas e por leitão. E por cabidela, mas essa será abordada futuramente num espaço digno e espaçoso.
Quando, há uns meses, o Vilas Maia me informou da existência de francesinhas de leitão ali na Ribeira, as minhas reacções foram diversas. Primeiro tive um baque no peito, tipo susto mas bom. Uma ligeira falta de ar, as pupilas dilataram e os pelos dos braços entesoaram-se.
Depois foi a vez da reflexão. Francesinha de leitão? Pensei. Isso ou é muito delicioso ou muito nojento. Tentei imaginar o sabor, a textura da carne no pão com aquele molho. Algo não batia certo, mas queria provar.
Informei-me melhor sobre o assunto e surgiu um dado, que para muitos poderia parecer insignificante, mas para mim foi todo um desvendar de algo. Perdi toda a vontade de experimentar a francesinha de leitão no momento em que soube onde elas são feitas.
Imaginava eu que as ditas eram servidas num café, numa tasca, feitas por uma senhora ali da Ribeira mas não. As francesinhas de leitão são servidas num restaurante a puxar para o very typical com preços not so typical.
Dando-me o cenário consegui facilmente fazer o filme. A francesinha de leitão é um ser híbrido inútil tipo Castelo Branco. Só serve para que se fale nela, deve ser uma porcaria que ninguém gosta mas funciona como publicidade ao estabelecimento. Se assim não for, ofereçam-me uma que eu venho a correr para aqui negar tudo que disse. Mas estou certo que não deve ser coisa boa.
Isto tudo para chegar onde? Ah! Para chegar à parte em que informo que acabei de comer um rissol de leitão delicioso. Já comi melhores, mas este estava bom. Prefiro aqueles em que se sente a carninha fibrosa no recheio, este era mais pastoso mas o aroma do molho de pimenta estava presente e chegou a comover-me encontrá-lo ali, dentro de um rissol.
fátima(@)(*) diz:se quiseres vir comer amanhã diz
۞ Pocoyo diz:ok, devo-me deitar cedo
۞Pocoyo diz:nao queria prometer coisas e depois ficar a dormir
fátima(@)(*) diz:não deves ter nada para comer.... sem frigorifico...
fátima(@)(*) diz:mas se quiseres vir jantar diz
fátima(@)(*) diz: tenho leitão
۞ Pocoyo diz:ui
fátima(@)(*) diz: è:D
fátima(@)(*) diz:a clara pinto correia não dança nada
fátima(@)(*) diz:pois é
fátima(@)(*) diz:tenho leitão
Sento-me numa mesinha do Fernando dos Leitões, no cruzamento da R. de Cedofeita com Álvares Cabral. Ou será Sacadura Cabral? Acho que se juntam ali as três com a Figueirôa.
Na TV do estabelecimento, enquanto espero pelo meu naco de leitão à Bairrada passam as notícias da TVI. Alerta laranja para cá e para lá e imagens de tempestades. Deve ser num país qualquer distante, no Porto estão 17 graus, um sol branquíssimo e uma brisa que me permitiu ir a pé de casa sem ficar a suar em bica.
A menina traz-me um pratinho de salada e um recipientezinho com o molho de pimenta que irá ser absorvido pela carne fibrosa do animal. Desta vez pedi "carninha" em vez de costelinhas.
A expressão "Alerta laranja" mantém-se na TV e olhando pela montra, semicerrando os meus olhos sensíveis à claridade observo um autocarro turístico com o piso de cima cheio de pessoas armadas de bonés e máquinas fotográficas. Temos sorte com o nosso clima... está um dia perfeito de Março e o leitãozinho já olha para mim ao fundo do balcão.
Saladinha, molhinho, batata frita de pacote, um pão da Mealhada e uma Coca-Cola light que é o mais parecido com espumante tinto e é mais adequado ao espírito deste dia de Primavera.
Alerta laranja e um porquinho de corpo dourado, qual Rita Salema, o seu lombo assado é mais que um poema. É a coisa mais linda... que eu vi passar. Este não era para mim, mas já espreita ali outro prato e aquele sim é meu.
Ao ser pousado à minha frente fez-se luz, ainda mais do que a que entrava pela montra. O pedaço de carne e pele estaladiça vinha acompanhado com meia rodela de laranja. Não aprecio porque tem um sabor muito intenso, mas não valia a pena tanta atenção por parte da TVI. Encostei a rodela, rasguei o pão ao meio e brindei mentalmente à Primavera molhando-o no molho escuro.
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