Estou assim um bocado chateado. Não estou mais porque estou fraquinho, fraquinho. Apanhei sol na cabeça, correntes de ar e estou aqui a sentir-me cheio de febre e com umas amígdalas que parecem dois testículos de atum Tenório.
Logo à noite passo música e não sei como vai ser isto.
Ah, e está um calor insuportável a toda a hora do dia e da noite mesmo para quem não está doente.
E estou a escrever frases aos soluços como o Bruno Nogueira, mas as minhas são maiores.
O que se faz nestas alturas? Telefona-se à mãezinha. Só que mãezinha não percebe que estamos numa crise global e encontra-se neste momento a passear pela Grécia e Turquia.
Os portugueses, a começar pela minha mãe, tornaram-se uns finórios com má memória do que é passar mal e lidar com isso. Quem vai lá para fora com o país lindo que nós temos, a rica gastronomia, as touradas, os azulejos, os monumentos, as gentes? O Sol! Que todos os países se pelam para ter a nossa luz! Eu apanhei o nosso Sol na pálida e frágil careca nórdica e fiquei doente.
Grécia e Turquia...
Eu sei que a viagem para esses dois países ficou de longe mais barata do que se fosse só cá dentro independentemente do transporte, mas depois é muita despesa em tudo o resto.
Nunca faria uma viagem destas. Bem, se fosse pelas praias, que eu não aprecio, até sei de fontes próximas que as gregas são boas; mas a minha mãe não foi fazer praia.
Grécia? Se é para ver carros estacionados em cima do passeio e gente mal educada tem aqui a poucas centenas de quilómetros um sitio assim! E percebem a nossa língua! O que nos permite dizer mais do que toillette e táxi que, a propósito, não convém apanhar.
Turquia? Comprar porcarias em ambiente ameaçador? Pronto aí já não tenho solução. Essa indústria foi deslocalizada para um ginásio em Loures.
Vou medir a temperatura.