Calor
Há uma semana, estava eu todo gripado e fui mesmo assim, por esse Porto frio adentro, para um compromisso artístico que a seu tempo divulgo se me apetecer.
Cumprido o compromisso voltei para meu destruído mas caloroso lar, e pelo caminho apanhei uma molha com uma chuva miudinha gelada. Autênticos flocos de neve derretidos que me borrifavam as bochechas e se infiltravam e ensopavam minhas vestes.
Fiquei mal uns dias. Foram necessários dois dias e meio para ficar operacional e mais outros tantos para que a minha tosse desistisse de tentar imitar uma rebarbadora.
Agora, quando tusso ou faço um esforço, apenas sai uma eventual amostra de metano, que diverte sempre os restantes passageiros do metro. - É da couve lombarda - Explico eu à jovem e frágil mãe afastando o bebé da minha proximidade, chorando ambos comovidos com a minha dolorosa situação.
Saímos todos e, aparentemente inebriados, demos início aos festejos.
Uma semana passou e estou cheio de calor com estes 24 graus. Felizmente não me influencia a lucidez.