"É extraordinário pensar que, em 2008, ainda restam cerca de cem grupos de pessoas, espalhados pela terra, que não sabem nada acerca do nosso mundo e nós não sabemos nada do deles."

Na fronteira entre o Peru e o Brasil, no extremo ocidental da selva amazónica, uma tribo sem qualquer contacto com os restantes humanos foi recentemente sobrevoada e fotografada. Pouco se sabe sobre este punhado de seres humanos excepto aquilo que se percebe das imagens. São perceptíveis pequenas hortas mas não se sabe de que se alimentam, porquê aquela disposição das habitações, ou porque pintam os corpos.

Quando o que nos preenche as preocupações são problemas mais ou menos globais, de repente somos forçados a ver outra perspectiva do mundo. Terá a nossa força destrutiva coragem de chegar ali? O contacto directo já fez estragos no passado, nomeadamente na transmissão de doenças para eles inexistentes. Mas também ir para o meio deles com fatos herméticos não me parece sensato. Enfim, já foram sobrevoados, já sabemos onde estão, será boa ideia continuar a armarmo-nos em Deus?
Por fim, e sem querer ser pessimista, poderão ser  estes espécimens a última gota de esperança de sobrevivência da raça humana? 
No fundo estamos a  vermo-nos com a nossa real dimensão. Pequeninos, assustados e sozinhos.