De vez em quando sou visitado por alguém que me estende a mão e me quer vender um produto ligado às telecomunicações. Uma vez um miúdo da Clix, muito confiante mas facilmente frustrável, quase me fez acreditar que eu iria para o inferno se não aderisse. Foi há 13 meses, gostava de saber onde estará a sua carreira com aqueles métodos.
Ontem foi a vez da PT me estender a mão. Uma rapariga mais madura, com um discurso cuidado e agradável. Não levo a mal o aperto de mão, deve ser obrigatório como o "posso ser útil em mais algum assunto?" dos call centers depois do cliente já ter agradecido e despedido. Ninguém gosta mas é como lavar a louça depois das refeições.
A menina da PT começou por perguntar se tenho o serviço em questão e qual era o operador. Não se atrapalhou quando disse um nome invulgar e fez um comentário que lhe saiu naturalmente sem nunca atacar a dita empresa. Perguntou quanto pago e ficou obviamente sem mais argumentos a não ser a velocidade da net, Expliquei que me chegam bem os 5 mega, não quero mais só porque sim. Canais de TV já tenho muito mais do que gostaria.
Expliquei-lhe o meu boicote à PT e que agora é tarde corrigirem tantos anos de maus tratos ao que ela respondeu que compreende que por vezes existem atritos e que mesmo assim agradeceu que eu ficasse com o panfleto. Talvez eu conheça alguém, ou faça as pazes com a PT. A parte em que falou dos atritos pareceu-me algo que está habituada a usar com quem lhe abre a porta, deve ouvir muito disso. De qualquer forma gostei da abordagem, da simpatia, da forma como não defendeu atacando e não tinha cara de comissionista. Veio informar-me e não impingir-me.
São pequenas pessoas assim que podem fazer a diferença e neste caso gostei da forma como a PT me estendeu a mão. Mas não, obrigado.