Descobri um dos blogs que mais prazer me dá ler, ando a devorar os posts antigos. Curiosamente só o conheci agora visto o autor ser meu amigo desde que deixou de mijar para cima de formigas e começou, também ele, a fumar.
O Pedro tem o quiosque mais famoso do país e só eu não sabia. Ele escreve (nada desde Julho) de forma excelente e crítica o estado da imprensa e da sociedade sem deixar de contar episódios hilariantes passados dentro e fora daqueles seis metros quadrados.
Só um excerto por entre centenas que podia ter escolhido:
Eu vendo 30 pratos rasos (ou de sopa, ou de sobremesa) a 1,25€ a peça e ainda ofereço um jornal. Jornais jornais… devo vender uns 10. Segundo, quando um cliente me formula o desejo “quero o jornal do prato, e o respectivo, por favor”, isto diz bem do uso que a pessoa vai dar ao jornal. E ao prato.
Eu só consigo descortinar duas estratégias para o “brindório” em que se transformou a venda de jornais. Uma: o cliente, atraído pelo brinde, acaba por ler o jornal. Gosta e continua a comprar, mesmo que não traga brinde. Estratégia aceitável, com resultados duvidosos. Outra: estimular o número de vendas em banca (não é por aqui que os jornais ganham dinheiro), permitindo apresentar trimestralmente números mais simpáticos, com consequências junto de quem lhes paga a publicidade (é por aqui). Estratégia duvidosa, com resultados aceitáveis. Com alguma dificuldade, ainda consigo ver uma outra estratégia: o pessoal dos jornais é tudo malta porreira, e gosta de oferecer brindes como forma de agradecer ao leitor o facto de ter comprado o seu jornal. Estratégia duvidosa, com resultados duvidosos.
Ninguém me tira da cabeça. Os jornais, hoje em dia, estão-se a vender pelas razões erradas. Espero bem que todos já tenham percebido isto.
Diário de um Quiosque