Reparei que nos dias que rondam o 25 de Outubro tive à volta de 5000 visitas, fui espreitar a ver o que seria e o culpado é este post. Fui tentar ver de onde vinham as pessoas e eram todas do google a procurar pelas portas do inferno, quase todas do Brasil. O que se passou aí galera?

Estava eu a pensar na vida e apareceu-me a morte acompanhada de uma dúvida: Pelo que entendo, resumindo grotescamente as dicas religiosas que temos à nossa disponibilidade, para que a nossa fase pós-material seja agradável e despreocupada, não convém termos nada que nos prenda à esfera material. Temos que ir limpinhos de tentações e assuntos por resolver cá em baixo. Certo?

A igreja diz-nos para resistirmos às tentações enquanto estamos vivos, mas será essa a melhor forma de nos livrarmos delas? Não será preferível aproveitar estes anos para usufruir de tudo que a existência carnal nos permite de forma a partirmos de barriga cheia e sem vontade de mais?

Estará a igreja a ajudar ou a dificultar? Imagino um padre a chegar às portas do céu e dizerem-lhe que não pode entrar porque deixou imensos assuntos por tratar, muitas vontades carnais por satisfazer e, para piorar, ainda convenceu (ou tentou convencer) uma série de pessoas que é assim que se abraça o plano espiritual em pleno.

Não sei, mas a mim faz sentido que um fumador fume dois cigarros antes de uma longa viagem de avião para reduzir a traça. Isso de fazer jejum é só para quando se vai dar sangue.

Isto de um gajo estar vivo tem que fazer algum sentido e isto para mim faz sentido.

 Aqui vai uma colecção de cadáveres que não se decompõem. Alguns, não me lixem, são estátuas de certeza.
Tive alguma pena do São Francisco Xavier naquela posição.

 

Os dois rostos acima são versões do mesmo rosto andrógino. No entanto o da esquerda é percebido por nós como feminino e o da direita como masculino. As únicas diferenças entre eles são, para além do tom da pele, um maior contraste nos olhos e na boca na versão da esquerda.
O facto de rostos com mais contraste serem mais associados com o sexo feminino do que um rosto limpo talvez explique o uso de maquilhagem por parte das mulheres.
A ilusão é de Richard Russel que ganhou o terceiro prémio do concurso Best Visual Illusion of the Year.

 Tocam na campainha e à porta está um rapaz com um crachá do Clix que me estende a mão.

Clix - Boa noite, tem internet?
Eu - Tenho
Clix - Tem TV?
- Sim

(blah blah pergunta as características que obviamente no fim são uma porcaria comparando com o que ele tem para oferecer)

Clix - É que está a ser instalada fibra nesta zona e deverá mudar.
- Então deixe aí o panfleto que eu vejo depois com calma.
Clix - Mas só vou andar aqui até às 20h, depois já não pode.
- Não posso ligar para este número depois?
Clix - Pode até ao fim do mês mas depois das 20h de hoje não pode, porque eu não vou estar cá, mas pode até ao fim do mês, mas não pode, mas pode mas não pode.
- Então tome o panfleto para si. Não vou decidir nada agora.

Rapaz pega numa caneta e olha atentamente par ao número da porta - Desculpe estar a anotar a morada mas sou obrigado a fazê-lo.
- Tudo bem, anote.
Clix - É para ficar registado que não quer e não se queixar depois quando chegar a factura.
- Factura?
Clix - Sim, aqui vai tudo mudar para fibra e quando o seu operador lhe apresentar a factura temos o registo que não quis mudar. Aí vai ser tarde.
- Mas o meu operador funciona por antena.
Clix - Vão todos mudar para fibra, é obrigatório.
- Então quando chegar essa factura eu trato do assunto com o meu operador. Boa noite. Colicença, colicença, colicença.

Estes tipos dizem o que lhes apetece sem consequências.

 Todos nós usamos as escadas rolantes e desesperamos com as pessoas que ficam ali paradas na faixa da esquerda, eis uma ideia fantástica que conseguiu aumentar em 66% o número de pessoas que usam as escadas convencionais fazendo-as exercitar um pouco:

 É feriado, ainda assim fui dar umas horinhas à entidade patronal. Ontem foi a verdadeira party com gelado de limão-vodka e outras bebidas variadas até de manhã, pelo que hoje estava mesmo no ponto para ir trabalhar.

Chove torrencialmente embora ainda não esteja frio, apanhei uma molha ao ir para a Boavista e afinal já não trabalhei. Não interessa porquê, mas fiquei agradecido.

Voltei. Muita chuva , guarda-chuva, telemóvel a tocar, responder a mensagens debaixo de chuva.

Para melhorar as coisas passei no supermercado e saí de lá à chuva, com o guarda-chuva, a tentar escrever mensagens e com dois sacos pesadíssimos dos que doem nas mãos e batem nas pernas de tão cheios com o vértice do tetra-pak do leite meio gordo pimba pimba pimba na canela.

Atirei tudo para o chão e desatei a correr aos berros.

Atirei nada.